Propinas do escândalo do lixo seriam superiores a R$ 100 milhões: confira as novas informações sobre as delações premiadas

  • 24/02/2023
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Propinas do escândalo do lixo seriam superiores a R$ 100 milhões: confira as novas informações sobre as delações premiadas

Sete prefeitos de Santa Catarina já foram presos por causa da Operação Mensageiro. Um dos últimos foi o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP). Outra grande suspeita é a suposta mesada de R$ 50 mil que seria paga ao prefeito de Lages, Antônio Ceron. Estas propinas partiriam da empresa que é pivô da operação: Grupo Serrana.

Um dos principais pontos que devem ajudar nas elucidações do esquema do lixo são as delações premiadas. O empresário Altevir Seidel, conhecido como "mensageiro da propina", teria fechado a delação premiada com a Procuradoria da Justiça e os detalhes dessa delação estão em sigilo de justiça nível 5, o mais alto no Judiciário.

Nos últimos meses foram cinco delações premiadas. Segundo o colunista Anderson Silva do NSC, nos acordos, os investigados assumem que cometeram ilícitos. Em troca, o MP-SC oferece penas reduzidas e a possibilidade de os réus devolverem recursos públicos que foram levados dos cofres públicos. Um dos primeiros acordos foi o do ex-prefeito de Bela Bista do Tordo, Adelmo Aberti em 2020 como parte da operação Et Pater Fillium, que investigava obras de engenharia. As informações de Aberti desencadearam a Operação Mensageiro. Recentemente, o ex-prefeito de Canoinhas, Gilberto Passos realizou acordo de colaboração premiada e trouxe mais indícios sobre as supostas práticas corruptas entre agentes públicos e privados. O fato é que estas informações devem acelerar o andamento das investigações.

Conforme divulgado pelo jornalista Alexandre Douvan, do portal Jmais, Beto Passos, ex-prefeito de Canoinhas, revelou em delação premiada como negociou a propina com Odair José Mannrich, proprietário do grupo Serrana, responsável pela coleta do lixo em várias cidades de Santa Catarina. Todos os meses, Passos e Pike recebiam pouco mais de R$ 20 mil em propina, segundo Passos. O esquema durou de 2017 a 2022, o que gerou ao menos R$ 1 milhão em propina fixa para cada um dos políticos, na versão do ex-prefeito.

Passos contou aos investigadores que logo que assumiram a prefeitura de Canoinhas, em 2017, o então vice Renato Pike informou-lhe que Mannrich os convidou para um jantar. Esse jantar teria acontecido, de acordo com a delação de Passos, em um restaurante às margens da BR-101, próximo de Itapema. Nesse jantar, Mannrich teria oferecido o que classificou como “ajuda” durante a execução do contrato de prestação de serviço de lixo para o município. A ajuda oferecida não passava de um eufemismo para propina, segundo o registro da delação de Passos.

O ex-prefeito confirmou aos investigadores, como consta na denúncia, que após aquele jantar, passou a receber a propina por meio do “mensageiro” Altevir Seidel. Passos contou ainda que mensalmente ele e Pike recebiam pouco mais de R$ 20 mil de propina em troca do direcionamento da contratação da empresa do grupo Serrana nas licitações.

Mas além dos R$ 20 mil fixos, havia uma espécie de comissão aos políticos quando conseguiam o aditamento de contratos com o grupo Serrana.

A delação, registrada na denúncia do Ministério Público, implica as prefeituras do Planalto Norte que tinham ou tem contrato com a Serrana, como Canoinhas, Bela Vista do Toldo, Major Vieira, Três Barras, Mafra, Itaiópolis, Irineópolis, Papanduva e Monte Castelo. A delação de Passos corrobora com as informações prestadas pelo ex-prefeito de Bela Vista do Toldo.

Segundo o site MPSC estima-se que foram pagos mais de R$ 100 milhões em corrupção, como propinas. Além disso, a empresa pode ter lucrado cerca de R$ 430 milhões com os contratos. O responsável por fazer a entrega das propinas da empresa Serrana para os prefeitos e agentes públicos seria Altevir Seidel, que saiu da empresa em 2013. A expectativa é de que as delações de Seidel possam revelar ainda mais nomes de políticos beneficiados pelo esquema. Ele está preso desde dezembro em Joinville, após o Ministério Público ter acompanhado os movimentos do empresário por um ano e meio, juntando documentos que apontam o envolvimento dele no esquema.

Fonte: Portal NSC / Metrópoles / MP-SC / Portal Jmais


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