Presidente do Sindacs utiliza Tribuna Livre durante sessão da Câmara

  • 15/03/2023
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Presidente do Sindacs utiliza Tribuna Livre durante sessão da Câmara

Na noite desta terça-feira (14), durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Rio Negro, a presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Endemias do Paraná, Ondina Rodrigues de Macedo, utilizou a Tribuna Livre para repudiar os ataques machistas a uma agente comunitária de saúde do município e ainda aproveitou para explicar aos presentes o trabalho de um Agente Comunitário de Saúde e cobrou da gestão e dos vereadores o cumprimento da legislação da categoria.

Ondina iniciou frisando que representa duas categorias que são indispensáveis no trabalho nas comunidades em qualquer município, que são os agentes de saúde e os agentes de endemias que fazem um trabalho no Brasil inteiro.

Sobre a fala, de um munícipe na sessão do dia 7 de março, a sindicalista enalteceu que em primeiro lugar, a comunidade deve respeitar esses trabalhadores. “Nós tivemos conhecimento que em uma sessão anterior, esteve aqui nessa Tribuna, alguém falando coisas sobre uma trabalhadora. Nós sabemos que o SUS é falho, não só aqui em Rio Negro, mas em todo o país. É um programa nacional que nenhum país do mundo tem um atendimento gratuito a toda população”, comentou.

Sobre o trabalho das agentes, a mesma enalteceu que o programa dos Agentes de Saúde é para realizar a visita na casa dos pacientes, que é um trabalho de escuta para trazer as demandas dos pacientes até a Unidade de Saúde. “Se existe falha nesse município, nesse atendimento, essa é outra questão que temos que verificar com a Secretaria de Saúde para corrigir essas falhas”, argumentou.

“Não podemos admitir que nenhum cidadão chegue numa casa de leis como essa e venha ofender um trabalhador, principalmente uma trabalhadora, mulher, e as vésperas do Dia da Mulher. E eu aqui na tribuna, eu tenho duas mulheres (se referindo as vereadoras Maria Célia Conte e Isabel Cristina Grossl) e eu fiquei pasmem com isso, que em momento nenhum vocês se levantaram para defender uma mulher como vocês. Por que vocês não fizeram isso! Eu pergunto pra vocês?”, explanou Ondina.

Além das duas vereadoras, a presidente do Sindasc falou que os vereadores, homens, deveriam ter corrigido o rapaz. “Nós entendemos que aconteceu, mas isso não da o direito da pessoa vir maltratar um trabalhador em uma tribuna como essa”.

“Se houve a falha, devemos fazer a comunicação à Secretaria de Saúde pra gente estar aqui apoiando para que essa falha seja corrigida. Não podemos admitir ninguém ser ofendido em seu local de trabalho. E se isso aconteceu dentro de uma Unidade de Saúde, numa recepção, não é o local de uma agente de saúde estar. Isso nós temos que discutir com, a secretaria, pois a função do agente é realizar as visitas”, finalizou a representante do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Endemias do Paraná.

Ainda durante a sessão, a esposa do cidadão que havia utilizado a Tribuna da Casa de Leis para expor a reivindicação na reunião do dia 7, Rosiane Maria Vieira, utilizando o espaço destinado a comunidade, comentou sobre a nota de repúdio, divulgada após a fala de seu marido, onde, segundo ela, foi elaborada para tirar o foco da reclamação, “e colocar sobre ele e sua infeliz colocação a culpa”.

“Acho maravilhosa a forma que foi defendia a tal servidora, porque realmente temos ótimos servidores e repugnante pensar que nós cidadãos e munícipes não temos o mesmo valor. Quando deixamos de ser atendidos ou somos mal atendidos e ofendidos em órgãos públicos, os quais, são atendidos por esses tais servidores, sem generalizar. Ninguém toma nossas dores e cria uma nota de repúdio, triste não! Cadê a nota de repúdio à gestão e em favor das mulheres gestantes que quando precisam de uma maternidade não tem. Não estou falando mal do Hospital do Rocio que nos atende ou da maternidade de Mafra, porque são incríveis e com ótimos profissionais, mas sim, da não existência de uma digna pra nós, mulheres de Rio Negro. Não temos esse direito? Somos jogadas de lá pra cá, como bichos”, explanou na tribuna da Câmara.

Encerrando as participações na Tribuna, a secretária de Saúde, Simone Gondro, comentou que o munícipe havia denunciado que as guias dos exames de sua sogra haviam sido perdidas. “Eu repasso que essas guias não foram perdidas e esse atendimento foi solicitado no final de 2019 começo de 2020, no momento da pandemia, onde o estado, que é o ofertante desse serviço, ficou sem prestador e até hoje não conseguiu colocar prestadores para fornecer os exames, não somente à Rio Negro, mas á todos os municípios do estado, o qual ele tem obrigatoriedade de atendimento”, apontou a secretária.

Ao final de sua explanação, Simone disse que “nós sabemos que temos muito a melhorar no serviço, ele tem falhas, mas trabalhamos todos os dias com uma equipe de 300 funcionários para atender 35 mil habitantes para que esse cidadão seja bem atendido”.

Fala das vereadoras

Maria Célia Conte - “Em resposta a Ondina, nesse mesmo dia, o senhor que utilizou a tribuna, havia me chamado de mentirosa. Eu deixei ele falar, expondo seu problema, e após, minha primeira reação foi responder ele ter falado que eu era mentirosa. Eu expus um problema, durante minha fala, sobre o hospital, que os profissionais fazem muitas vezes milagres para salvar vidas e que nós temos uma chance sim, que talvez esse hospital possa passar para uma entidade que tenha condições de investimentos de trazer ao nosso hospital uma UTI, de trazer ao nosso hospital exames, pra facilitar a Secretaria de Saúde que muitas vezes não consegue esses exames e muitas vezes precisa transportar esses pacientes para Curitiba para realização desses exames. Se nós tivéssemos aqui no nosso hospital tudo isso seria diferente. Então nesse dias as palavras sumiram, porque eu estava defendendo, uma senhora lá do bairro Alto que necessitava de uma cirurgia de vesícula e demorou dois anos pra conseguir. Infelizmente o termo que ele usou contra a funcionária e contra mim, me deixou sem palavras no momento. A reação foi primeiro explicar o que estava acontecendo. Eu, como procuradora da mulher, como mulher, não podemos aceitar pessoas sendo agredidas porque não precisa, não tem a necessidade de insultar ninguém. Nós precisamos resolver os problemas e não polemizar os mesmos”, explanou.

Isabel Cristina Grossl – “No dia da reunião da ofensa, nós tivemos uma reunião atípica, com reuniões interna que haviam deixado o clima tenso, antes mesmo da fala do munícipe. Considerando a tensão da reunião, eu estou reconhecendo, nós não tomamos uma atitude imediatamente. Porém, terminada a sessão, eu, juntamente com a Maria Célia, conversamos que não poderíamos deixar em branco. No outro dia, nós emitimos uma nota, mesmo que tardia, foi colocada. Como mulher e militante da luta pelos dos Direitos das Mulheres, fui criticada por muitas pessoas por não ter tido a reação imediata, confesso que diante dos fatos e da tensão não tomei a medida imediatamente, talvez pela insegurança, pela surpresa da fala, pela tensão já imposta pela sessão. Eu não ter reagido imediatamente, não invalida a luta de nós aqui na Câmara, pela defesa dos Direitos das Mulheres, não apaga tudo que já fizemos, e conquistamos pelo direito do contraditório e pelo direito da defesa dos Direitos das Mulheres”.


Imagens: Assessoria Câmara Vereadores de Rio Negro e Sindacs


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